Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno (Frankfurt, 11 de setembro de 1903 — Visp (Suíça), 6 de agosto de 1969) é um dos críticos mais severos da sociedade massificada contemporânea. Um dos aspectos por ele abordado em sua crítica é a técnica. Para isso, faz a distinção entre o significado de técnica na obra de arte e na indústria cultural.
- Para ele, na obra de arte encontra-se o sentido mais próprio do termo. Mas, para que se possa compreender melhor o seu pensamento, mister se faz preliminarmente esclarecer, ainda que brevemente, algumas questões de fundo.
- O grande problema evidenciado pelo autor é a cultura de massa, produto da industrial cultural e não produto da própria massa como pretendem os seus defensores.
- a cultura é imposta pelos meios de comunicação, de cima para baixo, como forma de escoamento dos produtos industrializados.
- A “Arte superior”, segundo Adorno, é aquela não ditada pela indústria, é a que é produzia com maestria e liberdade de criação pelo artista, é a arte autêntica. A indústria cultural, por sua vez, produz a arte massificante, voltada apenas para os interesses comerciais.
- deve-se compreender o sentido originário da técnica “enquanto qualquer coisa determinada intra-esteticamente”, ao passo que na indústria cultura, refere-se ao “desenvolvimento exterior às obras de arte.”
- enquanto no sentido originário a técnica está ligada à arte de bem fazer, na indústria cultural está ligada à arte de bem vender.
- o homem perde a sua condição de ser pensante e assume definitivamente o papel de consumidor.
- o capitalismo tem suas raízes no iluminismo, que pretendia a libertação do homem de todos os seus medos e mitos, mas, ao contrário, os caminhos percorridos acabaram resultando na subjugação solapante do homem frente à máquina, ou mais propriamente, à técnica, no sentido desvirtuado pela industrial cultural, que “impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente”. (T. Adorno, Indústria Cultural)
- O progresso da técnica, como bem lembra Adorno, no texto Indústria Cultural, destrói a autonomia dos indivíduos, “mas, diz, estes constituem, contudo, a condição prévia de uma sociedade democrática, que não se poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens não tutelados.”
- Nesse ponto, outra questão merece atenção. A condição para uma sociedade democrática é, sem dúvida, homens livres, mas promovem a destruição do homem, que, em face do “progresso” cultural, não encontra tempo nem espaço para pensar, para refletir, para tomar consciência da situação.
-É preciso dar ao homem condições para que pense a sociedade em que vive, para que reflita e se posicione diante da indústria cultural que o ameaça de extinção.
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